segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nunca soube


Dançava na minha tristeza,
o fumo do cigarro
queimava o olho esquerdo
desenho a régua e esquadro para a irritação.
O próprio fulgor da lágrima
o calor da água
qualidade tão extrínseca à água daqui
destes lados
desta varanda e deste olho que experimenta o frio dos afectos
a diáspora do quente neste corpo que não sendo sazonal
(não sendo por isso diáspora,
é um hábito já falar assim, quero ser História)
é para mim um fado a que estou já acostumado
embrenhado até aos calcanhares
nesta minha infantilidade de nem sequer saber estar 
triste.


Adriano J. Morgadinho

terça-feira, 11 de outubro de 2011